1-
DEIXAR BILHETES OU ESCREVER CARTAS
Que
outra função tão importante tem a escrita que não a de comunicar? Pois desde
bem cedo a criança pode perceber isso, pelas atitudes dos pais. Deixe
recadinhos na porta da geladeira, escreva cartas e estimule-a a fazer o mesmo
(mesmo que saiam apenas rabiscos. Lembre-se: nessa fase do desenvolvimento, não
se erra, se tenta acertar). 'Vou escrever uma carta para a vovó contando como
estamos. O que você quer que eu conte para ela?'. Recebeu uma carta ou
encontrou um recadinho em casa? Leia em voz alta. "Procure incluir a
criança sempre que uma situação de comunicação escrita se apresentar na casa",
aconselha a educadora Maria Claudia.
2-
PREPARAR
RECEITAS CULINÁRIAS NA PRESENÇA DA CRIANÇA
Num ambiente
alfabetizador, é importante que a família chame a criança, desde muito cedo,
para participar de algumas ações, de forma que ela presencie o contato com a
língua escrita, percebendo suas várias funções. Na culinária isso pode
acontecer de maneira descontraída e divertida. Durante a receita de um bolo,
por exemplo, vá perguntando para a criança: "Vamos ver o que falta
colocar? Ah, ainda preciso colocar 3 ovos, está escrito aqui".
3-
LER
HISTÓRIAS
Ler
para a criança pequena tem muitos benefícios e, num ambiente alfabetizador, é a
primeira exigência a ser feita, pois é por meio de pais e professores que a
criança passa a ter contato com a língua escrita. "Quando a mãe lê uma
história para a criança, ela é leitora junto com a mãe", acredita Maria
Claudia Rebellato. Leia com freqüência para seu filho: gibis, revistas, contos
de fadas... Leia mais de uma vez o mesmo livro, pois isso é importante para a
criança começar a recontar aquela história depois, no papel de leitora,
inclusive passando as páginas do livro corretamente.
O que pouca gente lembra é que o ato de leitura
deve começar muito cedo, com crianças que ainda estão longe de serem
alfabetizadas. "É assim que os pequenos vão percebendo a relação entre as
linguagens oral e falada; vão identificando as várias funções da escrita, para
que serve cada gênero textual; e vão se tornando leitores e escritores",
coloca a especialista. Ao ouvir histórias, a criança acaba percebendo que a
leitura é feita da esquerda para a direita (importante para o momento em que
ela vai começar a riscar), consegue diferenciar o que é texto do que é desenho,
começa a notar que as palavras são escritas separadamente formando frases que
fazem sentido e a adquirir noção de volume de texto. "É comum, por
exemplo, a criança perceber quando a mãe está pulando trechos da história
(geralmente porque ela já está cansada e quer dar uma resumida na historinha).
A criança vira e fala tem mais coisa aí, mamãe. Isso mostra que ela está já
está amadurecendo como leitora e, embora ainda não leia, já faz o que chamamos
de pseudoleitura", observa a Maria Claudia.
4-
SER
UM MODELO DE LEITOR
Essa
é a premissa mais básica de qualquer ambiente alfabetizador. A criança forma
valores a partir de bons modelos e, assim, ter pais leitores é fundamental para
ela aderir à leitura. "Estante de livro não pode parecer santuário. As
crianças têm de observar que os pais estão sempre mexendo ali, escolhendo um
livro, lendo-o e comentando-o com a família", acredita Cida Sarraf. E não
apenas os livros. A leitura de revistas e jornais também tem de ser um hábito
dos pais.
Os pais também têm de prestar atenção ao ambiente
em que fazem sua leitura, passando a impressão de que ler é prazeroso, mas
também é coisa séria. O ambiente deve ser tranqüilo, sem muitos ruídos, com boa
iluminação, e deve-se sentar com a postura corporal correta, para não se cansar
rapidamente.
5-
EXPLORAR
RÓTULOS DE EMBALAGENS
Alguns
produtos são recorrentes na dispensa de nossas casas e as crianças acabam se
acostumando com a presença deles. Aproveite momentos de descontração, como
durante as refeições, para ler os rótulos junto com seu filho. "Com o
tempo, ele começa a ler por imagem, por associação. Ele pode ainda não estar
alfabetizado, mas já sabe o que está escrito naquela embalagem", explica a
especialista Maria Claudia Rebellato. Segundo ela, os rótulos são interessantes
de serem lidos porque, na maioria dos casos, são escritos em letra CAIXA ALTA,
que é a qual a criança assimila antes da letra cursiva.
6-
FAZER
LISTA DE COMPRAS COM SEU FILHO
Esta
aí uma tarefa pra lá de corriqueira: fazer a lista de compras do supermercado.
Num ambiente alfabetizador, o momento pode ser aproveitado: chame a criança
para preencher a lista com você e faça com que ela perceba que você anota no
papel as coisas que irá comprar, para consultar lá no mercado (uma forma de ela
relacionar a linguagem oral com a escrita). Vá conversando com ela: "Vamos
anotar para não esquecer. O que mais vamos ter de comprar? Então, vamos
escrever aqui". Deixe que ela acompanhe com os olhos o que você está escrevendo
e vá falando em voz alta.
7-
APROVEITAR
AS SITUAÇÕES DA RUA
Placas
de trânsito, destino de ônibus, outdoors, letreiros, panfletos, faixas... onde
quer que frequentemos estaremos sempre em contato com o mundo letrado e é ótimo
que os diferentes elementos sejam aproveitados com a criança. "Dá para
levar em forma de brincadeira. 'Olha filho, tem uma placa igual a essa em
frente à nossa casa. Sabe o que está escrito nela?' ou ainda 'Olha, filho,
esse ônibus vai para Cajuru. Cajuru também começa com Ca, igual o nome da
mamãe, Carolina'. É por meio dessas situações que a criança vai percebendo as
diferentes funções da escrita e fazendo associações", acredita Maria
Claudia. Segundo ela, é uma forma não de ensinar/aprender, mas de brincar com
as letras, com as palavras, com a escrita e a leitura.
8-
FAZER
OS CONVITES DE ANIVERSÁRIO COM AS CRIANÇAS
Escrever
nos convitinhos de aniversário é uma etapa da festa da qual a criança precisa
participar. Pergunte a ela: "o que teremos de escrever nos convites?
Precisamos dizer onde vai ser e a que horas". Isso pode ser feito desde o
primeiro aniversário da criança, repetindo nos anos seguintes, até chegar a vez
em que ela própria irá querer escrever sozinha, com sua letrinha.
Outra atitude interessante é escrever cartões de
aniversário ou de casamento na frente da criança. "Esses nossos amigos
irão se casar. Vamos escrever uma mensagem a eles para enviar junto com o
presente?". A situação pode ser corriqueira para você, mas para a criança
tudo é novidade. Participe-a desses momentos. Nos aniversários das pessoas da
família, incentive-a a escrever algum cartão, mesmo que ela faça apenas
desenhos. Pergunte que mensagem ela quis passar e em seguida faça um elogio ao
seu trabalho.
9-
MONTAR
UMA AGENDA TELEFÔNICA
A
agenda telefônica é um bom objeto a ser explorado com as crianças. Ela mostra,
claramente, o que é texto e o que é número, com a função de cada um deles. O
texto é usado para escrever o nome das pessoas ou dos lugares, enquanto o
número é utilizado para informar o telefone. No dia a dia, chame a criança para
observar essa diferença. "Olha filho, deste lado ficam os nomes das
pessoas e deste o número do telefone delas. Vamos ver qual o número da casa da
titia?".
10-APONTAR OUTROS MATERIAIS ESCRITOS
Brinquedinhos
com palavras e números, calendários, jogos de computador, álbum de fotografia
com legendas, scrapbook, tudo isso pode estar no ambiente de convivência da
criança, mas... Desde que realmente sejam usados por ela, e não funcionem como
meros enfeites do seu quarto. "A criança tem de perceber a função de cada
um dos elementos que é posto para ela", reitera Cida Sarraf. Houve um
tempo em que pais e professores acreditavam que bastava etiquetar os objetos
(etiqueta com a palavra cama na cama, com a palavra armário no armário) para as
crianças se familiarizarem com a língua. Mas as pesquisas mais atuais mostraram
que os diversos gêneros textuais precisam estar presentes e serem usados dentro
de uma função comunicativa. Portanto, quando for montar um álbum com fotos de
uma viagem, chame a criança para legendar cada foto com você. "Você lembra
como se chamava este lugar? Vamos escrever aqui para sabermos daqui a um
tempo".
11- RESPEITAR O RÍTMO DA CRIANÇA
Brinquedinhos
com palavras e números, calendários, jogos de computador, álbum de fotografia
com legendas, scrapbook, tudo isso pode estar no ambiente de convivência da
criança, mas... desde que realmente sejam usados por ela, e não funcionem como
meros enfeites do seu quarto. "A criança tem de perceber a função de cada
um dos elementos que é posto para ela", reitera Cida Sarraf. Houve um
tempo em que pais e professores acreditavam que bastava etiquetar os objetos
(etiqueta com a palavra cama na cama, com a palavra armário no armário) para as
crianças se familiarizarem com a língua. Mas as pesquisas mais atuais mostraram
que os diversos gêneros textuais precisam estar presentes e serem usados dentro
de uma função comunicativa. Portanto, quando for montar um álbum com fotos de
uma viagem, chame a criança para legendar cada foto com você. "Você lembra
como se chamava este lugar? Vamos escrever aqui para sabermos daqui a um
tempo".
ENTENDA O CONCEITO DE AMBIENTE
ALFABETIZADOR
A
partir das investigações das educadoras Emília Ferreiro e Ana Teberosky,
apresentadas no livro Psicogênese da Língua Escrita, vários pesquisadores da
área começaram a construir uma nova didática da alfabetização, chegando ao
conceito de ambiente alfabetizador. No começo, houve interpretações errôneas, e
professores começaram a colocar nomes nas coisas, como etiqueta com a palavra
lousa na lousa, etiqueta com a palavra mesa na mesa, supondo ser assim um
ambiente alfabetizador. Com as pesquisas que se seguiram, concluiu-se que um
ambiente alfabetizador não somente é aquele que contem material escrito, mas
aquele em que diversos gêneros textuais estão presentes e sendo usados, dentro
de uma função comunicativa. Ou seja, o uso tem de ser efetivo.
Encontrei este material em pesquisas pela internet, mas não sei os créditos...quem souber, avise que colocarei com maior prazer...